Agentes interpretam celebração a surdos

Grupo de 15 pessoas participaram da abertura do Jubileu

     Uma presença muito especial podia ser observada ontem (29) durante a abertura diocesana do Jubileu Ordinário 2025. 15 pessoas surdas acompanharam os importantes momentos vivenciados ontem, com a ajuda de duas agentes da Pastoral dos Surdos da Paróquia São José, Vânia Neves e Gabriela Hilgemberg Costa. O grupo esteve na Reitoria do Sagrado Coração de Jesus, saiu em peregrinação pelas ruas e participou da Santa Missa, na Catedral Sant’Ana. Em certo ponto da celebração, padre Loir Antônio de Oliveira, que tem formação em Libras, ajudou na tradução. O sacerdote é o assessor eclesiástico da Pastoral desde novembro.

     “Tudo parte deles. As ações são pensadas em conjunto com os surdos, todas as escolhas são deles. Uma vez que era um evento mundial e era um importante momento, padre Loir explicou o que era o Jubileu, o significado, a importância de participar e que tudo na Igreja é um convite de Jesus. A nossa missão é também catequese. Conversamos com eles e o Dilson Marques dos Santos (coordenador da Pastoral dos Surdos) fez um vídeo, com um convite, chamando a todos. Eu, enquanto intérprete, nada mais que um instrumento, sempre falo para Jesus que as minhas mãos são Dele e que Ele faça com que a minha interpretação seja a melhor possível e que Ele chegue a todos os corações, a todos os sentidos, de todas as pessoas, não só dos surdos. Todos agradeceram. Foi um momento único. Saíram leve, tranquilos, sentindo paz, dizendo ter sido gostoso ver todo aquele movimento, que a igreja estava linda e que todos estavam ali por Jesus. Participaram com toda a alegria e entusiasmo”, comentou a intérprete Vânia Neves.

     Ao todo, 30 pessoas se beneficiam do servir da Pastoral. Em especial, na missa celebrada todos os domingos, às 10 horas, que tem tradução na linguagem de sinais. Em média, todos os domingos, dez pessoas participam da celebração, a maioria da paróquia, mas já houve gente de outras comunidades e até de outras cidades. “Sempre que querem participar são bem recebidos, os recebemos com muito carinho”, afirma Vânia, que, ao lado de outros quatro intérpretes, faz a interpretação dos sons. A Pastoral completará 25 anos em julho do ano que vem. A data será festejada com um encontro do Regional Sul 2 entre todas as pastorais do Estado, dias 4, 5 e 6 de julho, em Ponta Grossa.

      Outra agente da Pastoral, Gabriela Hilgemberg Costa, contou que também ajudam nas traduções Teresinha Almeida, Marcelo Leme e Vanderléa Silvério. “Padre Loir está com a gente desde o ano dois mil, quando foi fundada a Pastoral. Ele era seminarista, foi aprendendo a linguagem de sinais. Depois de ordenado, saiu de Ponta Grossa e se desvinculou um pouco, mas nunca deixou de atender confissões anuais, de dar suporte aos surdos. Agora, ele como assessor eclesiástico com certeza estará mais ativo. Quando precisávamos, recorríamos ao padre Wilson (Czaia) que é surdo e é da Arquidiocese de Curitiba. Ele dava ajuda nas confissões e no acompanhamento espiritual, serviços que, a partir de agora, aconteceram com mais frequência”, comemora.