Ano Vocacional aberto com bela celebração
Coroinhas, acólitos e agentes pastorais participaram
21.11.2022 - 20:03:22

Praticamente todas as 47 paróquias da Diocese de Ponta Grossa se fizeram presentes na celebração que marcou ontem (20) a abertura oficial do III Ano Vocacional no âmbito diocesano. Durante a missa, o bispo Dom Sergio Arthur Braschi deu um belo testemunho do despertar de sua vocação e elencou algumas coincidências entre a história de seu ministério e a realização do Ano Vocacional, iniciado pela Igreja do Brasil em 1983. O tema desta edição é ‘Vocação: Graça e Missão’ e o lema ‘Corações ardentes, pés a caminho’ (Lc 24, 32-33). O Ano Vocacional será celebrado de 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023 e comemora os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país.
Dom Sergio lembrou que os ‘anos vocacionais’ acontecem a cada 20 anos. No primeiro deles, em 1983, o bispo estava comemorando dez anos como padre. Ordenado em 8 de julho de 1973, Dom Sergio estava em missão no Nordeste à época e contou que celebrou a data presidindo missa em um mosteiro feminino em Cajazeiras (PB). Em 2003, vivenciou o Ano Vocacional já em Ponta Grossa, para onde fora designado pelo, então, Papa João Paulo II em 16 de julho. “Sempre com temas muito pertinentes, os Anos Vocacionais instigam a reflexão. No primeiro, o tema era ‘Vem e segue-me’. No segundo, ‘O Batismo como fonte das vocações’. Este ano, um tema riquíssimo: ‘Graça e missão’. A graça como dádiva da vida divina vivida a partir de Cristo e, cientes dessa condição, sairmos em missão, sairmos de nós mesmos, sairmos da mesmice”, comentou o bispo.
Dom Sergio explicou os elementos da logomarca do Ano Vocacional 2022-2023. “A centralidade de Cristo, o primogênito do Pai entre as criaturas, está representada no coração ardente. O coração que simboliza a compaixão, a sensibilidade. A cruz que representa a missão, Jesus Cristo como projeto de vida. O pé chagado, simbolizando a saída, a resposta, cercada de graça, mas de desafios. O caminho, o itinerário, as oportunidades, e, a chama do Espírito Santo, remetendo à fortaleza, o dinamismo, o impulso e o envio. Lembra o coração de Jesus, que tanto amou os homens e foi o primeiro a fazer a vontade do Pai por isso”, detalhou, citando que o texto-base preparado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para o Ano Vocacional destaca a oração. “Precisamos valorizar a oração”, ressaltou.
Sobre sua vocação, Dom Sergio recordou que já muito cedo ela se manifestou. “Ouvi de uma senhora que conhecia minha mãe há muitos anos que, durante uma missa na minha paróquia, eu era ainda muito pequeno, o pároco foi refletir sobre a parábola do semeador e teria dito que a semente citada no Evangelho era a vocação. Quando estávamos voltando para casa, eu teria dito para minha mãe que tinha a semente da qual o padre falara. Minha mãe se assustou, não entendeu, mas depois, com alegria, me disse que não contasse a ninguém, que esse seria um segredo entre eu, ela e Deus. ‘Até vermos se essa sementinha vai crescer’, orientou ela. Foi algo que me emocionou muito, quando fiquei sabendo por essa senhora”, relembrou o bispo.
Abertura
A missa deste domingo foi precedida de uma caminhada vocacional, que reuniu os fiéis da igreja Nossa Senhora do Rosário até a Paróquia Sant’Ana. Já na Catedral, padre Martinho Luís Hartmann, coordenador diocesano do Serviço de Animação Vocacional, fez a acolhida dos participantes, pedindo que os representantes das paróquias trouxessem até os pés do altar as imagens de Maria, Mãe das Vocações, repassadas às comunidades no início de junho. Entre os momentos-destaque da celebração a encenação da passagem bíblica em Lucas 24, 13, onde narra Jesus caminhando com os discípulos em Emaús. “Jesus faz o coração arder e nos coloca a caminho, ir junto, ir mais longe. Ele enche o coração de fé e os passos de esperança”, afirmou.
Ao citar que o Ano Vocacional vem iluminar as comunidades na devoção vocacional, padre Martinho entregou a cada representante uma vela e pediu que ela fosse acesa na vela nas mãos de Dom Sergio. “Essa vela não deve ficar escondida, deve ir a todas as comunidades, levar fé e esperança. Devemos voltar animados e entusiasmados, comprometidos com a causa vocacional. Continuemos com os pés a caminho, que façamos arder o coração dos paroquianos”, orientou o coordenador do SAV, que solicitou aos concelebrantes que entregassem aos representantes das paróquias o símbolo do Ano Vocacional, o coração ardente. A vela e o símbolo, segundo padre Martinho, devem ser levados às missas, novenas, encontros de jovens, de Catequese, formações, retiros...”E peço que vocês conversem com seus párocos e realizem, se assim o desejar, no próximo final de semana, a abertura do Ano Vocacional nas suas paróquias”, sugeriu.
“A partir de agora – prosseguiu - a grande meta é organizar, criar, fomentar as equipes vocacionais paroquiais, como grande fruto desse Ano Vocacional. Sempre em um trabalho em comunhão com o bispo e com os padres. Queremos conseguir organizar as equipes para que possam trabalhar na base esse aspecto vocacional”, enfatizou.
Reserva
Padre Martinho citou que a Paróquia Menino Jesus, de Reserva, conta com uma Pastoral Vocacional muito atuante e antiga. “Quando eu morava em Reserva, sempre participava com eles das atividades. É uma equipe muito boa, que serve como um exemplo. Uma EVP de tão longa data e que trabalha tão bem esse aspecto vocacional. Queremos criar essas EVPs porque serão elas que poderão ir ao encontro das pessoas nos ambientes vocacionais, na Catequese, Liturgia, formações, encontros, reuniões de jovens, enfim, eles que poderão adentrar nesses ambientes vocacionais e ali trabalhar como promotores vocacionais. Pensarmos em trabalhar na base esse despertar vocacional”, frisou.
Milton Mossmann, coordenador: Pastoral Vocacional da Paróquia Menino Jesus, informou que ela existe desde 1991. São 13 integrantes, que se reúnem uma vez por mês, rezam o Terço, ajudam mensalmente em uma das missas e visitam as comunidades da cidade e do interior, sempre que possível. A paróquia tem 60 capelas na zona rural. “Em agosto, fazemos a coleta de artigos de higiene e limpeza para os seminários e conventos. Ainda não pensamos nos passos que daremos dentro do Ano Vocacional. Ainda precisamos falar com os padres da paróquia. Estávamos esperando a abertura oficial para nos reunirmos”, adiantou. Para Mossmann o trabalho de animação vocacional é de suma importância. “Já apresenta resultado (na paróquia). Temos três jovens no seminário e, ano que vem, teremos mais um ou dois. Temos padres formados na paróquia, tudo isso fruto do trabalho da Pastoral Vocacional. Tem a ver, com certeza também, com a animação feita pelo grupo”, garantiu.