Como acontece a Campanha da Fraternidade?

Nas comunidades, reflexão, oração e ação

     Na Diocese de Ponta Grossa, a Campanha da Fraternidade se iniciou com a formação para lideranças católicas realizada no início deste mês, onde a participação foi maior do que a esperada, quando houve mais participantes do que inscritos, inclusive, com gente vinda de outros municípios. E quem veio, deu opinião, se envolveu, garantiu Márcia Simões, contando que, serão sugeridas algumas ações às paróquias, para que as atividades partam das comunidades.

     “Precisa ser desenvolvido esse respeito, essa tolerância pelas diferenças. Não temos a intenção de propor, por exemplo, uma atividade diocesana, mas uma ação que comece a partir da paróquia para que, a partir dela, vá se expandindo. A ideia é propor uma atividade local e atingir de fato, como propõe o texto-base, o ‘alargar as nossas tendas’ para que possa cada vez mais receber essas pessoas no nosso convívio familiar, da paróquia, de Diocese, mas de forma gradativa”, argumentou uma das coordenadoras diocesanas.  

     É preciso fazer o bem sem olhar a quem. “E a Campanha da Fraternidade é uma proposta da Igreja Católica para a sociedade. Levar a sociedade a refletir sobre um tema. Agora, na Quaresma, as comunidades farão as reflexões próprias da Campanha, os estudos, os subsídios que existem para a Catequese, para os círculos bíblicos. Este ano, veio um retiro quaresmal para as comunidades sobre o tema, um terço da amizade bem interessante... Depois, vem o por em prática tudo aquilo que foi refletido. Uma primeira proposta que será lançada para as paróquias será a comemoração do dia 20 de julho, quando se comemora o Dia Internacional da Amizade. Vamos sugerir que cada comunidade, avaliando a sua realidade, conforme achar pertinente, comemore esse dia. Em campanhas como a do ‘traga um amigo’, do ‘leve a Palavra de Deus ao irmão que não está vindo’...Cada comunidade vai estudar o que pode ser feito, o que vai fazer para estar lembrando esse dia, incentivando esse respeito à diversidade, com foco na amizade social. Sabemos que a diocese é grande, que existe uma diversidade de situações, de realidades”, explicita Márcia.

    Também, no Domingo de Ramos, este ano, dia 24 de março, acontecerá a Coleta Nacional da Solidariedade. A coleta corre para que o tema da Campanha da Fraternidade continue sendo desenvolvido nas comunidades através de projetos sociais. “As comunidades devem ser estimuladas a participar da Coleta para que parte desse dinheiro - 60% fica aqui - tenha objetivos bem específicos, que é subsidiar projetos referentes ao tema da Campanha. Quem faz análise dos projetos é a Caritas Diocesana, que avalia se vai atender quem precisa e, se for aprovado, libera os recursos. É o nosso sacrifício de Quaresma. Todos fazemos, mas, se não reverter em prol do próximo, sacrifício por sacrifício, não tem valor. Todos convidados a se doar um pouco. Um pouco de cada um acaba ajudando muitos”, orienta a coordenadora.

     Dom Sergio destaca que o que é doado não fica na paróquia. “Vou fazer este ano 26 anos de bispo. Participei da assembleia geral, em 1998, em que foi votado que a coleta iria formar dois fundos, um nacional de solidariedade e o fundo diocesano de solidariedade. O dinheiro não cai no caixa comum para ser usado para qualquer coisa. É muito sagrado. Porque quando a pessoa doou com uma finalidade, essa finalidade precisa ser respeitada. A Caritas, há mais de 20 anos, foi encarregada de gerir esse fundo diocesano, analisar os projetos, que passam, claro, pelas mãos do bispo, para serem desenvolvidos. Fundo que ajuda iniciativas não só de paróquias, não só da Igreja Católica, mas muitas ações, ao longo dos anos, desde que estejam dentro do sentido da Campanha da Fraternidade”, enfatiza o bispo.    

Subsídios

     Os materiais da Campanha da Fraternidade 2024, sobre a Amizade Social, encontram-se disponíveis para aquisição na página da CNBB e em livrarias católicas da cidade. O Manual contém o texto-base e todos os outros subsídios incluídos. Há também apenas os subsídios, em separado. Fica a critério da comunidade ver o que será necessário para o seu trabalho e adquirir. Como equipe, a coordenação diocesana da Campanha vai disponibilizar alguns documentos para que possam ser estudados no decorrer do ano. O primeiro deles será a Encíclica Fratelli Tutti.  Ainda, o Regional Sul 2 da CNBB preparou um material especial sobre a Campanha, com subsídios para grupos, que já está disponível para download no site www.cnbbs2.org.br

    “Tem para juventude, para a Catequese, tem a Via Sacra (as 14 estações que acompanharam os passos de Jesus) e a chamada Via Lucis (a via da luz), para fazer no tempo pascal. Uma novidade. A juventude gostou. A Encíclica (Fratelli Tutti) pode ser baixada no celular, no computador”, sugeriu Dom Sergio sobre os materiais deste ano.