Comunidade Theotokos celebra 24 anos
Dom Sergio rezou missa em ação de graças com os integrantes
30.05.2023 - 21:16:06

“Esperamos que outras pessoas que tenham contato
com os integrantes da Comunidade Theotokos possam sentir também esse chamado e,
assim, sob a intercessão da Virgem Maria possamos todos nós descobrir o caminho
da missão”, desejou o bispo Dom Sergio Arthur Braschi ao final da celebração de
ontem (29), na Paróquia São Sebastião/Santuário Diocesano de Nossa Senhora
Aparecida, que marcou os 24 anos de fundação da Comunidade de Aliança Theotokos
na Diocese. A missa em ação de graças contou com a presença do bispo e de mais
cinco padres ligados a paróquia/santuário, entre eles, padre Sandro Maciel
Ferreira, ex-reitor e diretor espiritual do grupo.
O pároco e reitor do
santuário, padre Nelson Bueno da Silva, acolheu a todos. “Ao redor do altar,
nos reunimos hoje para agradecermos a Deus pelos 24 anos do dia em que o
Espírito Santo soprou esse carisma a Theotokos, a ‘Santa Mãe de Deus’. Deus os
abençoe nessa festa, neste dia de Maria, Mãe da Igreja. Não coincidência, mas
providência. Que seja um momento bonito, de rendermos graças por esse carisma,
que faz tão bem, e que seja uma devoção mariana na nossa Igreja, por onde
estiver”, destacou. Os integrantes da Comunidade entraram, então, com a imagem
de Nossa Senhora Aparecida, todos com o rosário nas mãos, agradecendo “pela
intercessão de Maria nesses 24 anos, educando, acompanhando, sendo modelo e
mestra. Ensina-nos a sermos obedientes cada vez mais a seu filho, Jesus, nosso
Senhor”, pedia a oração lida durante a entronização.
Dom Sergio falou da
alegria de estar celebrando a festa litúrgica de Maria Mãe da Igreja, lembrando
que ela foi instituída pelo Papa Francisco há pouco tempo e que ocorre sempre
depois de Pentecostes. “Pentecostes que marca o início da missão universal da
Igreja: ‘Ide e fazei discípulos meus todos os povos’. Desde a instituição da
festa, eu, que já tinha uma devoção a esse título, Maria Mãe da Igreja, tenho
celebrado sempre na Catedral. Fiquei muito feliz ao chegar aqui e ver tanta
gente na igreja, essa que é a maior igreja da periferia de Ponta Grossa, depois
da Catedral. Gente que veio, não só pelos 24 anos da Comunidade, mas pela
celebração dessa festa. Uma providência comemorarmos o aniversário da Theotokos
hoje, ela que completou 24 anos no último dia 24”, comentou o bispo. Quando o
grupo esteve falando com ele para marcar a celebração, não havia outra data
disponível na agenda de maio.
O diretor espiritual da
Comunidade Theotokos, padre Sandro Maciel Ferreira, ao contar sobre a caminhada
dos últimos 24 anos do grupo, afirmou que falar da história da Comunidade é
contar um pouco do sacerdócio dele. “Fui ordenado em junho de 2000, e como
diácono e padre fui trabalhar na formação, no Seminário Mãe de Deus. Dom João (Braz
de Aviz) era o bispo. No final do ano, na época das transferências, o bispo
estava sendo cobrado pela comunidade de Ventania, que era atendida ora pela
paróquia de Tibagi, ora de Telêmaco Borba, ora pela de Piraí do Sul. Dom João
me chamou e me mandou a Piraí do Sul, servir como vigário do padre Sílvio
Breginski e, de lá, iria atender Ventania. A missão era organizar uma paróquia.
Me falou que havia esse grupo lá, que queria levar a coisa a sério e pediu para
eu acompanhar. Eles existiam antes mesmo da minha chegada”, detalhou. Isso foi
no início de 2001.
Padre Sandro conheceu as
pessoas que integravam o grupo, todos jovens e que participavam da Renovação
Carismática Católica. “A RCC tinha muito essa dinâmica de comunidades de vida,
comunidade de aliança, mas eu queria que eles tivessem o discernimento (do
que seriam). Há 22 anos é que chegaram a esse conhecimento: ‘evangelizar
com Maria’, que tem como tripé a oração, a adoração e a formação. Eles têm por
obrigação se debruçar sobre os ensinamentos da Igreja. Para eles não pode ter
achismo. O mundo está cheio de achismos. Se não sabem, têm a oportunidade de
aprender, de conhecer. Eu tenho a obrigação de acompanhar e direcioná-los, e,
estou sempre propondo desafios. No final de 2022, promovemos na Paróquia São
Pedro e São Paulo (em Telêmaco Borba, sua atual paróquia) um retiro para
120 para jovens e eu não sabia quem iria conduzir. Lembrei deles, os chamei. Se
Maria se fez serva, não há do que reclamar. São servos, são escravos, a exemplo
de Maria, prontos para o serviço. E tiveram muito êxito”, elogiou.
No momento da renovação
dos votos, Dom Sergio fez a bênção dos botons,que passarão a ser usados pelos
integrantes da Comunidade, “em sinal de pertença, de compromisso, de responder
a uma especial vocação no seio da mãe Igreja. Fazei que, usando esse boton e
cumprindo aquele carisma recebido, possam ter aumento das graças batismais da
fé, esperança e caridade, saúde do corpo e da alma, e, um dia, o prêmio da vida
eterna”, rezou o bispo, chamando os padres concelebrantes para colocar os
bótons nos integrantes. Depois, todos de frente à imagem de Nossa Senhora
Aparecida, fizeram a oração de renovação da consagração. Ao final, o bispo e os
padres, abençoaram a todos os integrantes. Após a comunhão, Claudinir Antônio
da Luz Moreira, um dos fundadores da Comunidade, agradeceu ao bispo pela
acolhida e disposição em estar e presidir a celebração. “Conte com as nossas
orações por sua vida e sua saúde. Deus o proteja!”, rogou. Padre Sandro Maciel
foi chamado de pai por Moreira. “Pai que corrige, elogia, cobra. Agradecemos a
dedicação, o carinho e a presença constante. Obrigado por acreditar em nós, nos
instruir e ser referência a cada um”, enalteceu, agradecendo também aos padres
presentes pelo apoio e aos integrantes da Comunidade.
História
O casal Claudinir Antônio
da Luz Moreira e Vera Lúcia Silva foi morar em Ventania por questões de
trabalho, e começou a participar semanalmente de um grupo de oração. Na época,
ali existia a Capela São Roque, com missa uma vez por mês. A capela era
assistida pela Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de Telêmaco Borba. “Conhecemos
alguns jovens, a Fabiana (Sedelak Pinheiro) e o Erick (Mainardes) e
mais alguns, e, começamos a nos reunir para rezar às quartas feiras. Mas, na
falta de missa todo o final de semana, acabávamos nos reunindo para rezar,
cantar em outros dias também. Foi crescendo a ânsia de querer mais. Um dia,
estávamos em casa e os dois amigos foram rezar diante do Santíssimo, e,
contaram que sentiram o desejo de começar algo como as primeiras comunidades,
que se reuniam não só para rezar, mas para estudar e poder oferecer algo mais,
maior para Igreja. Vieram perguntar a nossa opinião e nos chamar. Rezamos e
aceitamos. Foram vindo mais jovens, toda a quarta-feira, e, também, na terceira
sexta-feira de cada mês, para fazer vigília. Pedimos a graça de a capela se
tornar uma paróquia, com um padre. Isso ia fazer muito bem para a comunidade e
para o grupo, que ainda nem nome tinha”, relembrou Vera Lúcia.
No início de 1999, o grupo
decidiu levar a ideia para receber a bênção oficial da Igreja e veio conversar
com Dom João Braz de Aviz. Estavam em mais de 20 pessoas. “O bispo se encantou.
Nos abençoou e nos disse: ‘vão e deem frutos’. Voltamos e começamos a se reunir
mais animados. Ficamos surpresos quando a capela for elevada à paróquia e padre
Sandro (Maciel) foi o seu primeiro pároco. O padre nos falou da
necessidade de termos uma identidade, da importância da escolha do carisma. À
custa de muita oração e muita vigília definimos, com a ajuda e acompanhamento
do padre Sandro. Somos uma Comunidade de leigos da qual fazem parte todos os
que quiserem buscar uma vida de maior intimidade com Deus, vida de oração e
principalmente, de estudos. Estudar sobre a religião católica e se colocar a
serviço da Igreja, onde estivermos. Somos 25 pessoas, a maioria hoje, casais,
de Ponta Grossa, mas também estamos em Ventania, Telêmaco Borba e Londrina. Nos
reunimos na sexta-feira a cada 15 dias e em todo quarto sábado de cada mês
participamos de vigílias, das 22h30 às 5 horas”, acrescentou.
‘Theotokos’ significa
Santa Mãe de Deus. Vera conta que, no início, todos os integrantes do grupo
eram devotos de Maria, devotos de Nossa Senhora: Aparecida, das Graças, do
Rosário....e, para não gerar mal estar, visto que Nossa Senhora é a mesma,
através de estudos nos documentos da Igreja, descobriram a expressão ligada ao
Concílio de Éfeso, quando Maria foi intitulada ‘theotokos’, ou seja, a Santa
Mãe de Deus. Daí, nasceu o nome da Comunidade.