Importância do dízimo é tema de formação
Para Dom Bruno, a devolução é instrumento de evangelização
01.02.2025 - 22:42:45

Um chamado para lá de atendido. Das 47 paróquias do território diocesano, apenas três não enviaram representantes ao primeiro encontro dos agentes da Pastoral do Dízimo, realizado neste sábado (1º), no Espaço Cultural SantAna. O momento marcou a abertura de uma série de formações, que prosseguirá, agora, nas paróquias, já a partir do dia 27 de março, de forma online e com a condução do bispo Dom Bruno Elizeu Versari e padre Nelson Bueno da Silva, assessor eclesiástico da Pastoral do Dízimo. O encontro de hoje serviu ainda para a escolha da coordenação diocesana e setorial da Pastoral.
Padre Nelson Bueno da Silva confessou que, desde os tempos de seminário, sentia-se atraído pela Pastoral do Dízimo. E que, quando foi nomeado assessor eclesiástico, foi tomado pelo temor e ‘tremor’, brincou. “Você que está aqui hoje fará história. É um momento único na Diocese. A partir deste, haverá muitos outros. Queremos alavancar o dízimo. Mas, sem um time, não há como jogar”, comentou, referindo-se à formação das coordenações diocesana e setorial. O assessor elogiou a caminhada de Dom Bruno, bispo referencial da Pastoral do Dízimo no Regional Sul 2 e que já respondeu pela assessoria da Pastoral a nível nacional.
“A Pastoral é importantíssima. A gente acha que a vida é só rezar. É, de fato. Deus em primeiro lugar. Mas, ao mesmo tempo, há essa nossa corresponsabilidade na manutenção da Igreja. A função do dízimo não é tirar dinheiro do bolso das pessoas. A função do dízimo é fazer com que cada pessoa faça uma experiência de Deus. Que tenha a sua espiritualidade. Isso que queremos fazer. Estamos começando quase do zero. Não tinha nada de informações e a realidade das paróquias são multiformes. Algumas não têm a Pastoral: é somente a secretária que recebe o dízimo. Por isso, estamos alavancando. Mas, estou contente e, agora, formando um time bonito, eu acredito que o trabalho vai florescer”, argumentou padre Nelson.
“O dízimo tem a ver com a Palavra de Deus. Se não vermos o dízimo como instrumento de evangelização, não avançamos na fé. É preciso formar discípulos e não só devotos. Viver as devoções, ir uma vez por ano a Aparecida, é muito bonito, muita gente gosta, mas, não muda a vida. E isso não está na Bíblia. A devolução do dízimo, sim, está na Bíblia”, lembrou Dom Bruno, que leu passagens bíblicas e explicou o sentido do dízimo antes ainda da existência dos templos, no Antigo Testamento, depois, com as ofertas feitas pelos levitas e, já com Jesus, a devolução como ato de amor. “O Antigo Testamento, falava da lei. O Novo Testamento suplanta a lei, vai além, é por amor. Uma história bonita a da evolução da consciência sobre o dízimo. O dízimo é fruto, é resultado do amor e da minha fé. Amor a Deus e a fé que eu vivo na comunidade, a partilha de tudo o que Deus me dá. O dízimo é resposta de amor a Deus por tudo o que ele me dá”, comentou o bispo.
A evolução histórica apresentada por Dom Bruno abordou a prática desde o tempo do Império, da Primeira República até hoje, e, os documentos da Igreja e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “É difícil partilhar. Mas, o texto de Malaquias, 3,10, o texto da minha conversão, diz: ‘Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário’. É por causa da fé que sobra”, defendeu, sugerindo constantes capacitações. “Por que é tão difícil falar sobre o dízimo? Quem tem conteúdo é raiz firme, quem não tem conteúdo é palha que o vento leva”, comparou Dom Bruno.
De acordo com Dom Bruno, na Diocese, algumas paróquias estão “correndo bem na frente, enquanto outras, estão ainda no alongamento. Precisamos andar juntos”, orientou.
A comissão diocesana da Pastoral ficou composta por Paulo Maurício Domingues (Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro/PG, Setor 1), Altair Fernando Fiuza (Paróquia Nossa Senhora da Saúde, Setor 2), Guilherme Leonardo Mercer (Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Setor 3), Edinelson Pinto Ribeiro (Paróquia São João Paulo II, Setor 4), Leandro Queiroz Santos (Paróquia Nossa Senhora do Rosário/Castro, Setor 5), Helenita Nunes Siqueira (Paróquia Menino Jesus/Guamiranga, Setor 6), Cristiane Padilha (Paróquia São Sebastião/Fernandes Pinheiro, Setor 7) e Camila Figueiredo (Paróquia Nossa Senhora de Fátima/Telêmaco Borba, Setor 8).
Calendário
Os participantes receberam hoje o livro ‘O Dízimo e a Pastoral do Dízimo’, escrito por Dom Bruno, e o calendário das formações. No dia 27 de março, a formação online será às 19h30, voltada para todos os agentes paroquiais. Em abril, dia 10, outra formação à distância, quer preparar os agentes para a realização de um congresso diocesano. Os agentes ainda se encontram com o bispo e padre Nelson nos dias 15 de maio, das 19h30 às 21 horas, e dia 2 de junho, no mesmo horário. Em julho, mês do dízimo, uma ação quer conscientizar as comunidades sobre a importância da devolução do dízimo, com a produção semanal de folders, mostrando as diferentes dimensões do dízimo. Dia 27, acontecerá o congresso diocesano, a partir das 8h30.
Em outubro, dia 3, uma reunião online com catequistas abordará o ‘dízimo mirim’. Ainda no final do mês, dia 30, outro encontro à distância, desta vez com as lideranças, vai falar sobre a importância do dízimo. Em dezembro, dia 6, a caminhada da Pastoral será avaliada em uma reunião, das 13h30 às 17 horas.
Ainda no encontro deste sábado, os agentes da Pastoral do Dízimo da Paróquia São Francisco de Assis, do Bairro Borato, em Ponta Grossa, contaram como se deu a implantação da Pastoral na comunidade, em 2011. “Deu tão certo que existe até hoje e é um trabalho abençoado. Como grupo de apoio na época, tivemos, primeiro, que acreditar para, depois, passar para os missionários, fazer várias formações para, daí, levar para os dizimistas. Hoje, são mais de mil dizimistas fixos”, informou Elídio Carlos Curi de Macedo.