Migração é carro-chefe da Caritas
Cubanos, venezuelanos e até afegãos são atendidos
20.12.2022 - 13:20:28

A Caritas Diocesana completou 15 anos em 2022. E sua
atuação está em um crescente. A mudança para a sede própria, em agosto de 2019,
aumentou não só o espaço, mas o trabalho e também a equipe, já que voluntários
puderam ser contratados. Entre as constatações desse período a necessidade de
manter o sistema de sustentabilidade financeira da Caritas, baseado no
recebimento de recursos pelo Programa Nota Paraná, graças a doação de notas
fiscais sem CPF, na venda de óleo de cozinha usado – paralisada porque não há
mais óleo excedente – e na fabricação de sabão – feito com esse óleo e vendido hoje
em 12 paróquias. Em média, 20 mil notas são doadas e processadas mensalmente, o
que rende à Caritas perto de R$ 8 mil.
Atualmente, o
carro-chefe da atuação da Caritas é o atendimento a migrantes. De acordo com a
assistente social Érica Francine Clarindo, mais ou
menos 700 migrantes receberam a regularização migratória, com orientações
diversas, em encontros, passeios, formações e rodas de conversa. “As últimas
rodas de conversa temos feito com as mulheres porque percebemos que os que vem
à Caritas são homens e que, quando a mulher vem, fica acanhada, insegura. Neste
sábado, dia 17, teremos a última roda do ano e vamos tratar noções de
autocuidado, até para (elas) irem
pegando confiança na Caritas para, ano que vem, trabalharmos outros temas, como
empregabilidade, que é muito pedido”, contava Érica, semana passada.
No atendimento
ao migrante, a Caritas tem parceria com a Universidade Estadual de Ponta
Grossa, para aulas de Português, Informática e Empreendedorismo. Também uma
relação muito produtiva com a Agência do Trabalhador de Ponta Grossa, que
reserva vagas exclusivas para migrantes, liga avisando o surgimento de
oportunidades e pede o envio de candidatos para entrevista. Este ano, foi
formado o Comitê Municipal de Migração, resultado da ação da Caritas junto a Prefeitura
de Ponta Grossa. “O Comitê está caminhando. Estamos revendo alguns pontos,
pedindo para que a prefeita refaça o decreto para colocarmos outros parceiros.
A Caritas cumpre o seu papel”, garante a assistente social.
Érica lembra que
os migrantes continuam chegando. “Houve uma saída grande de haitianos para os Estados
Unidos, mas os venezuelanos continuam chegando, em menor quantidade, mas
continuam. Agora, passamos a receber uma boa quantidade de cubanos e afegãos.
Atendemos dois daqueles que estão acampados no Aeroporto de Guarulhos”, informa
Érica. “Sou por tudo que a Caritas faz por nós. Espero com muita ansiedade o
dia marcado para a nossa roda de conversa. Gosto muito. Me ajuda a cada dia me
empoderar e aprender que eu devo ser a minha prioridade. Eu nunca vou ter
palavras suficientes para lhes agradecer por tanto carinho e cuidado para nós,
pois a Caritas, sem vocês, seria só uma Instituição a mais. Quanto a doação de
alimentos, também não tenho palavras, só gratidão. Peço que façam chegar minha
gratidão a essas pessoas que deram um pouco deles para nos ajudar a passar um
Natal mais tranquilo e feliz”, afirmava, no sábado, Belky Liliana Rivera Davila
(foto), venezuelana, no Brasil há três anos e cinco meses e, em Ponta Grossa,
há um ano e cinco meses. Na roda de conversa do último sábado, foram
distribuídas 18 cestas de Natal da compra coletiva da Rede Anunciação.