O que Santa Rita tem a ver com as rosas?
Padre explica a ligação da santa com a gastronomia internacional
24.05.2024 - 20:54:36

Afinal, por que uma festa de paróquia é chamada de ‘Festa das Nações’? O que a padroeira tem a ver com a gastronomia internacional? Padre Evandro Luis Braun explica, lembrando que Santa Rita de Cássia é uma santa conhecida no mundo todo, é venerada por tantas pessoas, ao longo de tantos anos pelo mundo todo. “Já que ela é conhecida no mundo todo, nada melhor do que fazer uma festa a homenageando com todas as nacionalidades presentes, inclusive, na paróquia. É um jeito de mostrar a cultura dos povos no seu jeito de se alimentar”, justifica o pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, do Bairro da Ronda, em Ponta Grossa.
Na Festa das Nações, 11 nacionalidades são representadas. A brasileira e a americana contam com duas barracas devido a variedade de pratos. Outro argumento lembrado pelo padre é o caráter inclusivo pretendido pela festa. “Precisamos fazer com que a festa chegue a todas as pessoas e quando dizemos que é uma ‘festa de Santa Rita’ quem não é católico, talvez, se sinta excluído e, na verdade, a festa não quer excluir ninguém, quer acolher a todos”, destaca padre Evandro.
Este ano, durante a semana, o público superou “enormemente” as expectativas. De acordo com o pároco, diariamente, mais de 1.500 pessoas têm passado pela festa. A quantidade de alimentos produzida também foi superada em relação aos anos anteriores. Mesmo a chuva dessa sexta-feira não deve assustar os visitantes, já que a estrutura é coberta “protege da chuva e o calor humano aquece a todos”, garante.
‘Santa dos Impossíveis’
Santa Rita é conhecia como a santa das causas impossíveis. Rita foi mulher dedicada a Jesus Cristo. “Fez uma experiência com Deus incrível desde a infância porque a família era muito católica. Tinha no coração o desejo de servir, queira ser religiosa, mas como o costume da época era as famílias prometerem suas filhas em casamento, ela se casou aos 18 anos com um senhor muito conhecido, de muitas posses, mas que tinha problemas; se tornou violento, infiel, e ela sofreu muito. Apesar disso, teve dois filhos com ele”, detalha padre Evandro.
A santa viveu uma vida muito dedicada à oração pela conversão do marido e pela educação dos filhos. Viveu por isso. “Viveu a vocação do matrimônio profundamente, apesar de não ter sido fácil. Com isso o marido, se converteu, mas, devido aos problemas do passado, acabou sendo assassinado. E os filhos queriam vingar o pai. Então, Rita rezou muito pela conversão de seus filhos e pediu que, antes dos filhos se tornarem assassinos, que Deus desse um jeito na vida deles. E os filhos adoeceram e morreram também. Voltou o desejo de servir a Deus. Não foi aceita em um primeiro momento no convento, e, por um fato miraculoso que aconteceu, ela foi colocada dentro do convento. Ela foi colocada dentro do convento, segundo ela, por intercessão dos seus santos de devoção. Por isso, a ‘santa dos impossíveis’. A sua entrada no ambiente religioso não foi das mais fáceis. Sua vida de família não foi fácil. Se o impossível aconteceu na vida da própria Rita, também por sua intercessão o impossível pode acontecer na vida de tantas pessoas”, continua o padre.
A ligação da santa com as rosas se deu, quando ela estava muito enferma, cinco meses antes de falecer. “Ela pediu a uma parente que queria receber uma rosa e figos do quintal de sua antiga casa. Quando esse familiar vai à casa, em um período de muito inverno, frio, neve, encontra uma rosa vermelha e dois figos. Para Rita, isso representou que os dois filhos (figos) e o marido (rosa) estavam no céu. Era um período em que não havia figos ou rosas devido ao inverno forte, e, mesmo assim, lá foram encontrados. Devido a improbabilidade de tais acontecimentos, acabou conhecida como ‘a santa das rosas’ e ‘a santa das causas impossíveis’”, destaca o pároco.
Nas novenas são contados diversos testemunhos, graças especiais concedidas por Deus através dela. A paróquia os tem recebido por escrito e até por áudio. “Ela ajuda quem precisa, pede a Deus as graças que as pessoas tem necessidade”, ressalta padre Evandro. Mara Lúcia Zuber, de 63 anos, é uma devota de vida toda. “Meu marido, que já é falecido, não conseguia passar no teste para tirar a carteira de motorista. Fez duas vezes o teste, as provas e não passava. Ficava muito nervoso e não conseguia responder a prova, apesar de estudar. Na terceira vez, eu fiz uma promessa para Santa Rita de Cássia que, se ele passasse, nós iríamos de joelhos da casa onde a gente morava, numa chácara, até a porteira de entrada. Essa foi só uma de muitas graças. Eu conseguir comprar minha casa e o meu benefício do INSS, que eu tanto precisava. Santa Rita levanta a gente quando se está no fundo do poço. Para mim ela é tudo. Minha mãe foi embora e eu tenho Santa Rita para me socorrer”, lembra emocionada.