Padre celebra 60 anos como pároco
Nelson Schiel está na mesma paróquia desde 1963
03.02.2023 - 19:37:48

Uma missa em ação de graças nesta sexta-feira (3)
lembrou os 60 anos do padre Nelson Frederico Schiel à frente da Paróquia Nossa
Senhora da Conceição, em Ipiranga. A matriz estava lotada de paroquianos, entre
os quais muitos integrantes do Apostolado da Oração. Concelebraram com padre
Nelson, seu vigário, padre Martinho Hartmann, e o diácono Mário César Cequinel.
Um dos párocos mais longevos do Paraná e do Brasil na administração de uma
mesma comunidade, padre Nelson conviveu com todos os cinco bispos da Diocese de
Ponta Grossa.
Ordenado por Dom Antônio
Mazzarotto, padre Nelson diz que não tem queixa do bispo. “Ele me disse que me
daria a melhor paróquia da Diocese. Quando falei que não conhecia, não tinha
carro e perguntei o que faria na paróquia, ele me disse: ‘você foi feito padre
para isso. Aguente!’. Cheguei aqui, o caixa zerado....mas, fico contente por
ter vindo”, garante o pároco. “O povo estava meio receoso. Mas, fui, aos poucos
despertando confiança das pessoas. Eu ia de carroça, ia de carro. Uma das
capelas ficava a 42 quilômetros, de estrada de chão e muito mato. Não era
fácil. Mas, graças a Deus, a gente venceu e eu gosto de me lembrar porque
me animo cada vez mais”, relembra.
“Foi difícil chegar, assim, sem
referência alguma da paróquia, encontrar ‘tudo’ zerado. Perguntei o que queriam
que fizesse, o que precisavam. Contei que iria fazer o que já fizera por cinco
anos na Catedral e morava no seminário, em Ponta Grossa. Foi uma graça de Deus
tudo o que aconteceu nesses 60 anos, uma transformação”, destaca o pároco. Ao
falar do início de sua vida como sacerdote, padre Nelson citou a mãe. “Uma mãe
preciosa eu tinha. Ela sabia guardar os segredos da paróquia, de padre. Só me
deu coragem. Um dia, eu fiz um batizado, com tudo explicado por mim porque era
em latim, ela ficou atrás da porta. Depois, me disse que nunca tinha visto um
batizado daquele jeito. Sabe por que se escondeu atrás da porta? Para que eu pudesse
ser espontâneo. ‘Tudo’ foi ela. Nasci no dia primeiro de julho de 1932 e no dia
nove já era um cristão (batizado). Sem curso, sem nada. Como ela sabia
que era preciso batizar a criança, um presente de Deus? Coisa que, infelizmente
hoje, não é mais assim”.
Agda Bobato Regailo
conhece padre Nelson desde que ele chegou na paróquia. Ela tinha nove anos,
morava no interior, em Capivari, frequentava a Capela de Santo Antão, e, quando
o padre começou uma campanha para comprar o primeiro carro, ele teria batizado
um sobrinho dela, em uma de suas visitas. “Foi muito amigo do meu pai, da minha
mãe, dos meus tios. Ficava na casa do meu tio quando ia para o interior”,
conta, citando que foi coordenadora de Liturgia por 26 anos, na matriz. “Eu e
meu marido somos ministros hoje. Participo da vida dele direto. Não celebrou
meu casamento porque me casei em Ponta Grossa. Mas, batizou, fez primeira
eucaristia, crisma dos meus filhos todos, aqui, e sempre participou com a gente
de Natal, Ano Novo. Padre Nelson é um santo. Nunca mudou a atitude dele. Sério,
honesto, brincalhão, mas, sempre com aquela firmeza na parte espiritual.
Confessionário todo dia, Santa Missa todos os dias. Não se pode dizer que
tirava férias. Quando era mais novo, saía três ou quatro dias, mas no final de
semana, estava aqui para celebrar”, enaltece a paroquiana.
Amanhã (4), às 18h30, uma
celebração festiva, também na matriz, vai marcar os 60 anos de paroquiato,
desta vez, com convidados e a grande maioria dos paroquianos. “É uma época difícil.
Muitos estão cuidando das estufas e está caro o combustível para ficar vindo
para a cidade, mas eu espero que quem puder vir, que venha”, convida padre
Nelson.
O vigário padre
Martinho afirma que a intenção da missa deste sábado é facilitar a presença das
pessoas das comunidades. “Hoje é um dia muito especial. Dia de louvar pelas
vocações, em especial, pela vocação do padre Nelson que tão bem vem conduzindo
o Povo de Deus no caminho de Jesus. Rogamos que Deus e Nossa Senhora da
Conceição continuem abençoando nosso pároco e seu ministério”, comenta padre
Martinho.