Padres da Guiné-Bissau visitam a Diocese
Dois sacerdotes passaram o final de semana em Ponta Grossa
08.08.2023 - 09:19:09

Os padres Paulo de Pina Araújo e Luís Paulo da
Costa Monteiro da Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau, África, passaram o final
de semana em Ponta Grossa. Os sacerdotes são da mesma região onde a Igreja do
Paraná mantém, desde 2014, a Missão Católica São Paulo VI e estão no Estado em
uma visita promovida e articulada pela Comissão Regional de Presbíteros. À
Diocese de Ponta Grossa eles chegaram no sábado (5). Conheceram o Mosteiro da
Ressurreição, estiveram com o bispo Dom Sergio Arthur Braschi em um café da
manhã na Casa Vianney e passearam no Parque de Vila Velha, acompanhados do
casal diácono Pedro Lang e Salete Lang, que foram os primeiros missionários na
Guiné-Bissau, entre 2015 a 2019.
Como primeiro compromisso
em Ponta Grossa, os padres concelebraram missa às 6h15, no Mosteiro da
Ressurreição. Às 8 horas, tomaram café da manhã na Casa Vianney dos Padres da
Diocese, com a presença de Dom Sergio. Às 9h30, participaram do programa
‘Legião de Maria em Ação’, na Rádio Sant’Ana e, às 10 horas, visitaram a
Catedral Sant’Ana e outros locais da cidade. O almoço foi na residência do
diácono Pedro. À tarde, a partir das 14 horas, fizeram um passeio turístico
pelo Parque Estadual de Vila Velha. De Ponta Grossa, os dois seguiram a São
João do Triunfo e São Mateus do Sul, na Diocese de União da Vitória.
Padre Paulo Araújo é da
Paróquia de Nossa Senhora da Graça e chanceler na Diocese de Bafatá. Trabalha
como coordenador pastoral e diretor da Caritas Diocesana. Segundo ele, os
sacerdotes na Guiné Bissau trabalham muito porque além do trabalho pastoral,
atuam na evangelização. “A Igreja na Guiné é uma Igreja de missão. São muitas
aldeias e muitas pessoas não ouviram falar de Jesus. Também trabalhamos muito
na área social, na recuperação de crianças mal nutridas, na prevenção de morte
das mães no momento do parto, com micro finanças, segurança alimentar...Os
padres ali fazem um trabalho pastoral, de falar de Deus, dar esperança às
pessoas, mas também nessa parte social, todos nós estamos lutando,
trabalhando”, detalhou o sacerdote guineense.
O intercâmbio com a Igreja
do Paraná é muito importante. “Claramente, a Igreja no Brasil também aprende
conosco. É uma relação enriquecedora para ambas as partes. Estamos felizes por
estar aqui. O Paraná nos ajuda bastante”, comentou padre Paulo, citando a
coleta anual que é feita pelos sacerdotes e é revertida aos padres de lá, a
campanha das bíblias, que, na primeira edição, arrecadou 20 mil bíblias para a
Diocese de Bafatá, e, agora, desenvolve outra campanha para reunir outras 25 mil.
“Aquelas que foram, não existem mais. As pessoas não têm bíblias. Há muita
expectativa quanto a essa campanha que está sendo feita. Alegria grande poder
estar aqui. Foi a primeira vez que vi um mosteiro. Foi muito especial. Ouvi
falar muito sobre monges, vi vídeos a respeito, mas nunca tive uma aproximação
direta. Foi uma maravilha. Rezei bem. A dinâmica da interiorização é uma
experiência fantástica que eu levo para poder partilhar lá ”, destacou padre
Paulo, que foi ordenado por Dom Pedro Zilli, falecido em 2021, vitimado pela
Covid.
Para o padre Luís Paulo
Monteiro, também Paróquia de Nossa Senhora da Graça, a visita está sendo boa,
vem fortificando laços de fraternidade e irmandade e selando a comunhão
proporcionada desde o tempo do bispo Dom Pedro Zilli. “Estou gostando muito. O
povo é receptivo. Dom Sergio muito divertido, é um pai realmente. Vi nele um
avô, um amigo, um companheiro que nos encheu de alegria e sorrisos. Uma pessoa
aberta, brincalhão”, fez questão de elogiar o sacerdote, que tem cinco anos de
ministério. “Fui ordenado dia 15 de dezembro de 2018. Logo após a ordenação,
fui à Missão São Paulo VI. Nessa ótica que estou aqui, para estreitar esses
laços”.
Na Guiné Bissau, são duas
dioceses. A Diocese de Bafatá conta com 17 sacerdotes diocesanos em nove
paróquias e seis missões (comunidades que estão crescendo e devem se
transformar em paróquias). Uma delas é a São Paulo VI, que fica no sul do país,
em Quebo. A Diocese de Bissau foi a primeira, fundada no país, em 1977. Na
região, os sacerdotes têm a ajuda de algumas congregações religiosas.
Recepção
O bispo Dom Sergio Artur
Braschi ressaltou que é uma alegria receber os padres no Paraná, contando que
os dois irão participar do Encontro Estadual dos Presbíteros do Paraná, de 21 a
25 deste mês, em Toledo. “Vão ter esse entrosamento. Vão visitar várias
dioceses e arquidioceses. Muito feliz por recebê-los em Ponta Grossa, neste mês
vocacional e no Dia do Padre, parabéns aos dois, nossos colegas da Guiné
Bissau! Eles que vieram conhecer a região, a estrutura da Diocese e as nossas
belezas naturais. Muito bom tê-los aqui”, enalteceu o bispo.
Padre Martinho Hartmann,
responsável diocesano pela Pastoral Presbiteral, agradeceu a visita fraterna e
cordial. “Ficamos felizes quando soubemos que gostariam de conhecer as dioceses
e saber mais sobre a Igreja do Paraná, que tanto ajuda lá a Diocese. Imensa
alegria acolhê-los, sentir essa igreja que se faz presente do mundo todo,
inclusive na África. A visita começou com a celebração eucarística no Mosteiro.
Disseram que era uma novidade. Foram à Casa Vianney conhecer a realidade e o
objetivo da casa, foi-lhes passado o estatuto, explicado que a finalidade é
acolher padres idosos, com algumas necessidades, doentes, para que seja uma
casa de acolhida. Quisemos mostrar o projeto para que também possam ter lá,
quem sabe, uma casa semelhante. Estivemos também na Rádio (Sant’Ana) para
atingir mais gente, para que mais pessoas saibam a respeito da missão lá, para
divulgar”, enumerou padre Martinho.
Os padres da Guiné
chegaram ao Paraná no último dia 2. Foram recepcionados pelos padres Emerson
Lipinski, presidente da Comissão Regional de Presbíteros; pelo secretário
executivo da CNBB Sul 2, padre Valdecir Badzinski, pelo colaborador responsável
pelo Conselho Missionário Regional, Edson da Costa Pereira, e por membros do
Conselho Missionário Paroquial da paróquia Nossa Senhora Aparecida do Xingu, da
diocese de São José dos Pinhais. Até o dia 30 de agosto, os dois padres
terão uma extensa programação, percorrendo várias arqui/dioceses do Paraná.