Ponta Grossa celebra o Divino Espírito Santo
Procissão e missa festejam Pentecostes
29.05.2023 - 17:55:05

O mau tempo não impediu
ontem (28) os devotos de ganharem as ruas na tradicional procissão em honra ao
Divino Espírito Santo e de celebrarem ao lado do bispo Dom Sergio Arthur
Braschi, na Catedral Sant’Ana. Os festeiros saíram com as bandeiras e a imagem
do Divino da frente da Casa do Divino, na Rua Santos Dumondt, às 10h45, e
seguiram em direção à igreja-mãe da Diocese, que ficou cheia. A Festa do Divino
acontece em Ponta Grossa no dia da solene liturgia de Pentecostes, que celebra
a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus, sua mãe Maria e outros
seguidores.
O destaque deste
ano da celebração que encerrou a procissão foi a presença de crianças entre os 60
violeiros e tecladistas convidados. Dom Sergio agradeceu a presença dos padres Jaime
Rossa, vigário geral da Diocese, e Antônio Ivan de Campos, pároco da Catedral/Paróquia
Sant’Ana, de religiosas, de Lídia Hoffman Chaves, coordenadora da Casa do
Divino,
das pessoas que trouxeram as bandeiras e dos músicos, “que trazem a alegria da
devoção ao Divino Espírito Santo”, destacou o bispo, citando também a
participação de paroquianos, devotos de Ponta Grossa e os que vieram de outras cidades.
“Todos os anos, temos no ano litúrgico esse tempo muito especial e festivo que
é o Tempo Pascal, que está se concluindo hoje. As paróquias farão no final das
missas de hoje a ação litúrgica do apagamento do círio pascal, que voltará a
ser aceso no momento dos grandes sacramentos, em especial, nos batismos. Tempo
Pascal é repetido cada ano, nos fazendo proclamar a Ressurreição do Senhor, mas
cada vez é diferente porque Deus não se repete e o Espírito Santo, fonte de
vida, de diversidade, de carisma, de alegria, de criatividade, não ama a repetição,
mas faz novas todas as coisas”, refletiu Dom Sergio em sua homilia.
“O Pentecostes
este ano, em Ponta Grossa, é especial porque marca os 200 anos da Paróquia Sant’Ana.
Criada em 1823, quando um pequeno grupo de famílias do povoado que era o bairro
de Ponta Grossa conseguiu ter do imperador o decreto de paróquia, de freguesia
da Senhora Sant’Ana, e ter um padre morando aqui, para caminhar com o povo. 200
anos também da cidade, do início de tudo”, destacou o bispo, fazendo referência
também ao Ano Vocacional e ao Sínodo dos bispos. “Essa caminhada nos fez já refletir
sobre a meta de se ter uma Igreja Sinodal, ou seja, com todos caminhando juntos,
onde não haja diversidades, oposições, para que vivamos como ouvimos nas
leituras de hoje. É um tempo novo. A própria Oração pelo Sínodo, composta pelo
Papa Francisco, é dirigida ao Espirito Santo, pedindo que nos esclareça e nos mostre
o que devemos mudar, transformar, a partir de Pentecostes deste ano e do Sínodo”,
afirmou Dom Sergio.
Inês Regina Zarpelonn
Ferreira, que frequenta a Paróquia Imaculada Conceição, de Ponta Grossa, se
reconhece devota. “É uma graça muito grande estar participando e recebendo essa
luz do Divino Espírito Santo nesse momento, e sermos agraciados com todas essas
bênçãos que vêm do Alto, uma luz muito grande”, dizia emocionada. Ela conta que
descobriu a Casa do Divino em uma das festas, há aproximadamente sete anos, e passou
a frequentá-la dali em diante. “Se recebe muitas graças e tudo o que
pedimos ao Altíssimo e ao Divino Espírito Santo somos atendidos, com certeza”,
garantia.
Festejos
Os festejos do
Divino são comemorados em todo o Brasil, sempre no dia de Pentecostes. Em Ponta
Grossa, eles são promovidos pela Casa do Divino, com o apoio da Diocese e hoje da Secretaria Municipal da Cultura. A Casa do Divino se mantém
aberta desde 1882, é um patrimônio histórico, cultural e
religioso, tombada pelo Patrimônio Histórico do município. Única do Paraná, a
Casa foi fundada por Maria Júlia Xavier, que, após perder a memória e vagar
pelos campos gerais por quatro meses, encontrou, às margens de um rio, a imagem
do Divino Espírito Santo litografada em um pedaço de madeira. No mesmo
instante, recobrou a memória.
Quando o milagre
aconteceu, ela retornou para casa, na Rua Santos Dumondt, 524, onde ergueu um
altar para que pudesse agradecer a graça alcançada. Desde 1882, após a ocorrência
desse fato, as pessoas visitam a casa para pedir graças e agradecer por todos
benefícios alcançados. A coordenadora da Casa do Divino, Lídia
Hoffman Chaves, agradeceu a todos que ajudaram nos festejos. “Os
festeiros, que estiveram comigo durante todos os dias das novenas, os que
ajudaram a arrecadar os ingredientes para o pastel, o café, as bebidas...Não
vou citar nomes porque foram muitos”, destacou, fazendo menção especial ao professor
Leandro de Jesus Lara, responsável pelo projeto que ensina música, a um valor
simbólico, a interessados das comunidades. “Muitos dos que estão aqui hoje,
estão aqui graças a ele, a esse projeto”, enalteceu.