Dom Geraldo
Dom Geraldo

DOM GERALDO PELANDA

Biografia

   Dom Geraldo Micheletto Pellanda nasceu em Curitiba em 1º de setembro de 1916. Filho do Sr. Nicola Pellanda e da Sra. Paulina Micheletto Pellanda. Aos 6 de fevereiro de 1928 ingressou no Seminário Menor dos Padres Passionistas, em São Paulo. Iniciou o Noviciado aos 15 de setembro de 1931 e em 1932 professou os votos temporários. Cursou Filosofia em São Paulo de 1933 a 1936; fez os seus estudos teológicos em Roma, concluindo-os em 1941.

   Foi ordenado Sacerdote aos 23 de setembro de 1939. Licenciado em Teologia e formado no Instituto Pontifício de Música Sacra, Polifonia, Gregoriana e Direção. Lecionou Teologia em São Paulo de 1942 a 1947, acumulando os cargos de Examinador Sinodal e Censor de Livros na Cúria Metropolitana de São Paulo.

   Entre 1947 e 1952 foi Superior do Convento do Cabral em Curitiba e Vigário da mesma Paróquia. Lecionou Teologia em Curitiba de 1952 a 1958; foi Superior do Convento Passionista de Colombo e Vigário da Paróquia de 1958 a 1960. De 1950 a 1960 foi Examinador Sinodal, Censor de Livros e Juiz do Tribunal Eclesiástico em Curitiba. Exerceu o cargo de Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil de 1953 a 1960.

   No dia 9 de novembro de 1960 foi nomeado Bispo Coadjutor da Diocese de Ponta Grossa, com direito à sucessão. Foi sagrado aos 11 de fevereiro de 1961. Aos 13 de fevereiro de 1965 foi nomeado Administrador Apostólico de Ponta Grossa "Sede Plena" e no dia 24 de fevereiro de 1965, por sucessão, assumiu a Diocese de Ponta Grossa.

   Após um profícuo ministério episcopal faleceu no dia 02 de janeiro de 1991, no Hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa, vitimado pelo câncer, suportado em segredo e heroicamente durante vários meses, Viveu como um verdadeiro passionista (religioso da Congregação da Paixão – Padres Passionistas) na pobreza e na simplicidade, suportando todo tipo de dificuldades ao longo de seu longo episcopado. A Diocese de Ponta Grossa lhe é devedora eterna.

Bula de nomeação

   JOAO, dos servos de Deus ao dileto filho Geraldo Micheletto Pellanda, membro da Congregação dos Clérigos descalços da Santíssima Cruz e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, até então Cura da Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Colombo, Arquidiocese de Curitiba, eleito Bispo titular de Mades e designado coadjutor com direito à sucessão do Bispo de Ponta Grossa - Saúde Apostólica e Bênção.

   Como, sem dúvida alguma, em nossos dias é exigida maior solicitude no cuidado pastoral do povo de Deus, por parte dos Pastores e maior zelo para conduzir os fiéis pelo bom caminho do qual facilmente podem se afastar atraídas pela falácia dos bens terrenos, julgamos oportuno aquilo que nos propôs o venerável Irmão nosso Cardeal da Santa Romana Igreja, Secretário da Sagrada Congregação Consistorial, isto é, que se concedesse um coadjutor ao Prelado da Diocese de Ponta Grossa, auxiliar de suas labutas episcopais.

   Portanto, por nossa apostólica autoridade a ti, dileto filho que se recomenda pelos dotes de inteligência e de pastoral, a ti nomeamos Coadjutor com direito à sucessão, do venerável Irmão Antônio Mazzarotto, Bispo de Ponta Grossa e ao mesmo tempo o designamos Bispo titular de Mades na Numídia cuja Sede vagou desde que nosso venerável Irmão Miguel Paternain foi nomeado Arcebispo titular de Arquídia. Terás portanto, todos os direitos e privilégios, ônus e obrigações que competem a todos os prelados de teu grau e oficio. Para a tua maior comodidade, permitimos que sejas consagrado por um Bispo Católico, em solene rito, fora da cidade de Roma, tendo como assistentes dois Prelados em comunhão de unidade conosco. No entanto, antes que isto aconteça e assumas a tua missão, em obediência aos Sagrados Cânones, deves fazer a profissão de fé presidida por um Antístete Católico e proferir o juramento de fidelidade a nós e a esta Sede Apostólica e contra o erro dos modernistas. Tendo cumprido tudo isto, deves remeter quanto antes à Sagrada Congregação Consistorial as fórmulas que enviamos e segundo as quais juraste, em teu nome e do Prelado que presidiu o juramento, subscritas e seladas devidamente. Com respeito ao benefício de que gozavas até agora na Arquidiocese de Curitiba, desejamos que fique vago e só possa ser provido unicamente por nós e por esta Apostólica Sede.

   Finalmente, dileto filho, encarecidamente o exortamos que cumpras fielmente o teu múnus tão importante com respeito ao Povo de Deus. Para isso imploramos para ti as graças e auxílio do Onipotente Deus e sua Santíssima Mãe.

   Datado em Roma, junto de São Pedro, no dia nove do mês de novembro do ano do Senhor, de mil novecentos e sessenta, no terceiro ano do nosso Pontificado.

   Cardeal Jacó Luiz Copello - Chanceler da Sagrada Romana Igreja.

Tomada de Posse

   No dia 16 de abril de 1961 Dom Geraldo Micheletto Pellanda, C.P., foi nomeado Bispo Coadjutor da Diocese de Ponta Grossa dia 21 de março de 1965, a Cúria Diocesana de Ponta Grossa comunicou a todos os sacerdotes que o Santo Padre houvera por bem nomear Dom Geraldo Micheletto Pellanda Administrador Apostólico da Diocese “sede plena”. O documento da Nunciatura Apostólica, datado de13 de fevereiro de 1965, já havia sido levado ao conhecimento de todos os sacerdotes, em reunião geral do clero realizada em 11 de março de 1965.

   Em virtude de requerimento apresentado por Dom Antonio Mazzarotto e aceito pela Santa Sé, conforme divulgação oficial da Nunciatura Apostólica em 24 de abril de 1965, Dom Geraldo Micheletto Pellanda, assumiu o governo da Diocese de Ponta Grossa. A tomada de posse, segundo as orientações do Núncio Apostólico, Dom Armando Lombardi, consistiu em apresentar o Decreto de nomeação aos Consultores Diocesanos, previamente convocados. A Cúria Diocesana expediu comunicado oficial a respeito, datado de 30 de abril de 1965.

Ação Pastoral

   Dom Geraldo Michelleto Pellanda foi nomeado Administrador Apostólico de Ponta Grossa “Sede Plena”em 13 de fevereiro de 1965 e, aos 24 de fevereiro de 1965, por sucessão, assumiu a diocese de Ponta Grossa, num dos intervalos do Concílio Vaticano II, tendo participado de todas as sessões do Concílio. Assim que assumiu os destinos da Diocese, foi sua primeira preocupação traduzir na ação pastoral as diretrizes emanadas do Vaticano II. Com este objetivo constituiu o Conselho de Pastoral, o Conselho Presbiteral, descentralizou a ação pastoral dividindo a Diocese em setores pastorais. Implantou movimentos e associações religiosas que começavam a desapontar no Brasil, tendo em vista uma maior conscientização dos Leigos como Povo de Deus e membros ativos da construção do Corpo Místico de Cristo.

   Durante seu ministério episcopal como bispo diocesano ordenou mais de uma centena de sacerdotes, e como curiosidade, o primeiro sacerdote diocesano ordenado foi o Pe. Isaias Becher, em 29 de junho de 1967, e o primeiro sacerdote religioso o Pe. Frei Efraim Frannken, FMM, em União da Vitória, em 08 de fevereiro de 1975.

   Caracterizou-se por facilitar ao máximo a entrada de famílias religiosas na diocese, inclusive algumas de direito diocesano. Da mesma forma sempre apoiou os movimentos e associações de leigos dos quais foi um pai amoroso e compreensivo. Introduziu intercâmbio com a então Prelazia de Balsas, Maranhão, durante cinco anos consecutivos, patrocinando o envio de grupos de leigos, sacerdotes e religiosos(as) que para lá seguiram a fim de trabalhar em várias frentes. Dentre os projetos evangelizadores destacam-se os encontros de casais, a preparação de noivos, os encontros de jovens para discernimento vocacional, os encontros com lideranças da pastoral da terra. Em seu mandato foi organizada a pastoral universitária diocesana cuja coordenação foi entregue à Congregação das Escolas de Caridade – Cavanis. Instituiu a Escola de Teologia para Leigos, promoveu missões populares interdiocesanas com grupos leigos e Semanas de Estudos Sindonológicos. Foi durante seu profícuo ministério como bispo diocesano que nasceram, para todo o Brasil, o Encontro de Diálogo e, para a região sul, o Movimento de Cursilhos de Cristandade. Foi um dos fundadores da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB. Manifestava um imenso carinho pelos seminaristas tanto que, no auge do número de seminários diocesanos e religiosos, maiores e menores, em 1976, contabilizavam-se mais de 700 seminaristas na Diocese.

   Foram criadas as dioceses de Guarapuava (1966) e União da Vitória (1976) durante sua ação pastoral, procurando favorecer a ação evangelizadora, com territórios desmembrados na sua totalidade ou em parte da Diocese de Ponta Grossa.

   É de sua autoria, após ouvir o Conselho Presbiteral, o pedido ao Santo Padre para que Nossa Senhora, a Mãe da Divina Graça, se tornasse a padroeira da Diocese. Para tanto, com recursos pessoais, anteriormente havia construído a Ermida de Nossa Senhora de Vila Velha, no Parque Estadual do mesmo nome, transformada no dia 25 de julho de 1983 como Santuário, de acordo com documento do papa João Paulo II, assinado pelo Cardeal Agostinho Casaroli, proclamando Nossa Senhora Mãe da Divina Graça a padroeira da Diocese de Ponta Grossa.

Falecimento

   Após um período de enfermidade, unindo o seu sofrimento à Paixão de Nosso SenhorJesus Cristo e após vários anos de amor e dedicação pela Igreja, faleceu no dia 02 de Janeiro de 1991. Foi sepultado na Catedral Sant`Ana - Ossário e subsolo da Igreja Catedral.

   Com o falecimento de Dom Geraldo Micheletto Pellanda, CP, no dia 02 de janeiro de 1991, o Colégio de Consultores da Diocese de Ponta Grossa reuniu-se no do dia 03 de janeiro de 1991, às quinze horas e, conforme as determinações canônicas, elegeu Dom José Alves da Costa como Administrador Diocesano. Permaneceu nesta função até o dia 22 de junho de 1991, quando Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj, tomou posse como Bispo Diocesano.

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